TO QUE A CRISTANDADE DIZ SOBRE A LEI E O SÁBADO?
O QUE A CRISTANDADE DIZ SOBRE A LEI E O SÁBADO?
Confissões de Fé de Todas as
Igrejas-Mãe Versus CACP
O contraste sobre os temas da Lei de Deus e do Dia do Senhor.
O contraste sobre os temas da Lei de Deus e do Dia do Senhor.
Por Marllington
Klabin Will
A posição teológica
adotada e ensinada oficialmente há séculos pela linha de pensamento doutrinário
das mais variadas denominações cristãs, que está em harmonia não somente com o
consenso das confissões de fé e credos históricos da comunidade protestante,
mas também com o pensamento de grandes autores eruditos, próceres teólogos,
professores do maior gabarito, ilustres evangelista, famosos pastores, líderes
e reconhecidas autoridades religiosas, tanto do passado como do presente, são
os seguintes ensinamentos:
A — A universal e
eterna lei de Deus é sistematizada e expressa para o homem na
forma dos Dez Mandamentos, tambémuniversais e eternos, que
prosseguem válidos e vigentes como norma de conduta cristã.
B — A lei divina nas
Escrituras se apresenta com preceitos morais, cerimoniais, civis,
etc., sendo que a parcela cerimonial, por ser prefigurativa do sacrifício de
Cristo, findou na cruz, mas os mandamentos de caráter moral prosseguem válidos
e vigentes para os cristãos, devido a sua natureza eterna.
C — Dentro do
Decálogo há o quarto mandamento estabelecendo que um
dia inteiro entre os sete da semana deve ser o dia de descanso a
ser santificado a Deus, princípio este que fora instituído na
fundação do mundo para benefício do homem no Éden e deve ser mantido pelos
cristãos hoje, mesmo que não seja necessariamente o sétimo dia específico,
podendo ser aplicado ao primeiro dia, sendo chamado de “Sábado
Cristão”.
D — Jesus não
transgrediu o quarto mandamento, muito pelo contrário, Ele pretendia
reformar sua observância de acordo com a essência do princípios sabático e em
nenhum lugar da Bíblia consta a informação de que o sábado foi transferido do
sétimo dia para o primeiro da semana.
É interessante
notar que esses pontos teológicos, muito antes de serem adotados pelos
reformadores no século XVI, já eram entendidos exatamente dessa mesma forma
pelo catolicismo. Ou seja, antes de alguns mal-informados ou preconceituosos
acharem que esses posicionamentos doutrinários fossem “invencionices utópicas
dos adventistas” (como afirmado pelo CACP), já era há muito tempo adotado pelo
protestantismo clássico. Alias, mesmo antes deste ser adotado desde suas
origens na Reforma, já era professado por toda a cristandade, até então os
católicos.
Em contraste com a
linha de pensamento oficial adotado pelas mais variadas confissões doutrinárias
da cristandade está a moderna teoria neo-antinomista/dispensacionalista,
heresia que é esposada pelo CACP como sendo supostamente a visão tradicional
evangélica, que dizem ser uma compreensão mais “avançada” do ensino bíblico
sobre o tema. A questão deles é se seriam mais iluminados que os próprios pais
da Reforma e os mais eruditos teólogos evangélicos ao estabelecerem os
seguintes pontos como sendo supostamente o ensinamento bíblico:
A — O Decálogo é
uma norma inadequada para nossa época, condicionado que era aos tempos em que
foi formulado, tendo até significativas semelhanças com o Código de Hamurabi, e
vigorou apenas para os judeus como uma espécie de “rascunho” da lei divina
superior do Novo Testamento, inspirada em princípios de amor fraternal, sendo
agora a “lei de Cristo”, supostamente diferente da “lei de Deus”
veterotestamentária.
B — Não há
divisão da lei “una” em moral, cerimonial, civil, conquanto haja realmente
preceitos de caráter moral, cerimonial, civil (?!). Os Dez Mandamentos não têm
nada a ver com a Lei de Cristo nem com os princípios de “amar a Deus sobre
todas as coisas” e “ao próximo como a ti mesmo”, apenas por tais dizeres
simplesmente nem aparecerem nas tábuas da lei.
C — A lei de
Cristo tem todos os preceitos do Decálogo, menos o quarto mandamento, mas esses
mandamentos são isentos da “roupagem judaica, cúltica” e há outros mais
espalhados por todo o Novo Testamento inteiramente independentes do Decálogo,
esquecendo que também no Antigo Testamento havia leis morais que não constavam
nas “tábuas”, como a lei contra o homossexualismo.
D — O sábado não
deriva da Criação, e os dias da criação nem eram de 24 horas. Quando Jesus
disse que “o sábado foi feito por causa do homem” (Mr 2:27), esse
“homem” era somente o judeu. Ainda dizem que o domingo não é nenhum “Sábado
Cristão”, mas um dia que surgiu entre os apóstolos para comemorar a
Ressurreição e não precisa ser guardado com o mesmo caráter santo do sábado,
pois nenhum dia pode ser observado no “tempo da graça”.
Aos que seguem essa
linha de pensamento para atacar o sábado, é necessário não só apoio teológico,
como também histórico-eclesiástico, uma vez que nenhuma denominação cristã tem
ou teve essas teorias como ensinamento oficial. Teorias, alias, que levadas a
suas últimas conseqüências deixam sem resposta muitas das simples deduções
lógicas bíblicas e, pior, é forçada a concluir que nenhum veterotestamentário
poderá algum dia obter salvação (pois segundo eles a graça não existia no
Antigo Testamento), ficando em gritante contraste com claros fatos bíblicos.
Querer defender algum dos pontos acima é pedir debate contra o ensinamento
oficial de praticamente todas as denominações cristãs, as quais têm muito
material de qualidade para refutar cada ponto acima apresentado.
O fato é que
praticamente todas as denominações cristãs concordam oficialmente com os
adventistas e demais cristãos observadores do sábado quanto à validade deste e
de todos os mandamentos do Decálogo como regra de prática e conduta para o
cristão. É verdade que quando tratam especificamente de “sábado” pretendem
reinterpretar o quarto mandamento como agora se aplicando ao primeiro dia da
semana, supostamente devido à ressurreição de Cristo. Mas estão certos e de
acordo quanto à validade e vigência de todos os mandamentos do Decálogo e das
origens edênicas do princípio sabático, apesar de estarem equivocados ao
acharem que o domingo tomou o lugar do sábado, uma informação que não consta de
parte alguma da Bíblia.
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