sábado, 22 de setembro de 2012


TO QUE A CRISTANDADE DIZ SOBRE A LEI E O SÁBADO?
O QUE A CRISTANDADE DIZ SOBRE A LEI E O SÁBADO?
Confissões de Fé de Todas as Igrejas-Mãe Versus CACP
O contraste sobre os temas da Lei de Deus e do Dia do Senhor.
Por Marllington Klabin Will
A posição teológica adotada e ensinada oficialmente há séculos pela linha de pensamento doutrinário das mais variadas denominações cristãs, que está em harmonia não somente com o consenso das confissões de fé e credos históricos da comunidade protestante, mas também com o pensamento de grandes autores eruditos, próceres teólogos, professores do maior gabarito, ilustres evangelista, famosos pastores, líderes e reconhecidas autoridades religiosas, tanto do passado como do presente, são os seguintes ensinamentos:
A — A universal e eterna lei de Deus é sistematizada e expressa para o homem na forma dos Dez Mandamentos, tambémuniversais e eternos, que prosseguem válidos e vigentes como norma de conduta cristã.
B — A lei divina nas Escrituras se apresenta com preceitos morais, cerimoniais, civis, etc., sendo que a parcela cerimonial, por ser prefigurativa do sacrifício de Cristo, findou na cruz, mas os mandamentos de caráter moral prosseguem válidos e vigentes para os cristãos, devido a sua natureza eterna.
C — Dentro do Decálogo há o quarto mandamento estabelecendo que um dia inteiro entre os sete da semana deve ser o dia de descanso a ser santificado a Deus, princípio este que fora instituído na fundação do mundo para benefício do homem no Éden e deve ser mantido pelos cristãos hoje, mesmo que não seja necessariamente o sétimo dia específico, podendo ser aplicado ao primeiro dia, sendo chamado de “Sábado Cristão”.
D — Jesus não transgrediu o quarto mandamento, muito pelo contrário, Ele pretendia reformar sua observância de acordo com a essência do princípios sabático e em nenhum lugar da Bíblia consta a informação de que o sábado foi transferido do sétimo dia para o primeiro da semana.
É interessante notar que esses pontos teológicos, muito antes de serem adotados pelos reformadores no século XVI, já eram entendidos exatamente dessa mesma forma pelo catolicismo. Ou seja, antes de alguns mal-informados ou preconceituosos acharem que esses posicionamentos doutrinários fossem “invencionices utópicas dos adventistas” (como afirmado pelo CACP), já era há muito tempo adotado pelo protestantismo clássico. Alias, mesmo antes deste ser adotado desde suas origens na Reforma, já era professado por toda a cristandade, até então os católicos.
Em contraste com a linha de pensamento oficial adotado pelas mais variadas confissões doutrinárias da cristandade está a moderna teoria neo-antinomista/dispensacionalista, heresia que é esposada pelo CACP como sendo supostamente a visão tradicional evangélica, que dizem ser uma compreensão mais “avançada” do ensino bíblico sobre o tema. A questão deles é se seriam mais iluminados que os próprios pais da Reforma e os mais eruditos teólogos evangélicos ao estabelecerem os seguintes pontos como sendo supostamente o ensinamento bíblico:
A — O Decálogo é uma norma inadequada para nossa época, condicionado que era aos tempos em que foi formulado, tendo até significativas semelhanças com o Código de Hamurabi, e vigorou apenas para os judeus como uma espécie de “rascunho” da lei divina superior do Novo Testamento, inspirada em princípios de amor fraternal, sendo agora a “lei de Cristo”, supostamente diferente da “lei de Deus” veterotestamentária.
B — Não há divisão da lei “una” em moral, cerimonial, civil, conquanto haja realmente preceitos de caráter moral, cerimonial, civil (?!). Os Dez Mandamentos não têm nada a ver com a Lei de Cristo nem com os princípios de “amar a Deus sobre todas as coisas” e “ao próximo como a ti mesmo”, apenas por tais dizeres simplesmente nem aparecerem nas tábuas da lei.
C — A lei de Cristo tem todos os preceitos do Decálogo, menos o quarto mandamento, mas esses mandamentos são isentos da “roupagem judaica, cúltica” e há outros mais espalhados por todo o Novo Testamento inteiramente independentes do Decálogo, esquecendo que também no Antigo Testamento havia leis morais que não constavam nas “tábuas”, como a lei contra o homossexualismo.
D — O sábado não deriva da Criação, e os dias da criação nem eram de 24 horas. Quando Jesus disse que “o sábado foi feito por causa do homem” (Mr 2:27), esse “homem” era somente o judeu. Ainda dizem que o domingo não é nenhum “Sábado Cristão”, mas um dia que surgiu entre os apóstolos para comemorar a Ressurreição e não precisa ser guardado com o mesmo caráter santo do sábado, pois nenhum dia pode ser observado no “tempo da graça”.
Aos que seguem essa linha de pensamento para atacar o sábado, é necessário não só apoio teológico, como também histórico-eclesiástico, uma vez que nenhuma denominação cristã tem ou teve essas teorias como ensinamento oficial. Teorias, alias, que levadas a suas últimas conseqüências deixam sem resposta muitas das simples deduções lógicas bíblicas e, pior, é forçada a concluir que nenhum veterotestamentário poderá algum dia obter salvação (pois segundo eles a graça não existia no Antigo Testamento), ficando em gritante contraste com claros fatos bíblicos. Querer defender algum dos pontos acima é pedir debate contra o ensinamento oficial de praticamente todas as denominações cristãs, as quais têm muito material de qualidade para refutar cada ponto acima apresentado.
O fato é que praticamente todas as denominações cristãs concordam oficialmente com os adventistas e demais cristãos observadores do sábado quanto à validade deste e de todos os mandamentos do Decálogo como regra de prática e conduta para o cristão. É verdade que quando tratam especificamente de “sábado” pretendem reinterpretar o quarto mandamento como agora se aplicando ao primeiro dia da semana, supostamente devido à ressurreição de Cristo. Mas estão certos e de acordo quanto à validade e vigência de todos os mandamentos do Decálogo e das origens edênicas do princípio sabático, apesar de estarem equivocados ao acharem que o domingo tomou o lugar do sábado, uma informação que não consta de parte alguma da Bíblia.

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