IASD Agora Ensina que Jesus Cristo Não é
Filho de Deus
Elpídio da Cruz Silva
A maioria dos adventistas se assusta quando alguém lhe diz que sua
igreja ensina que Cristo não é Filho de Deus.
O susto demonstra a maneira leviana e medrosa que os pastores adventistas
têm realizado a apresentação das doutrinas da IASD para os membros comuns.
Na certa, imaginam eles que o membro comum não é capaz de compreender
os mistérios do Reino de Deus e, de maneira superficial, apresentam ao povo a
Doutrina da Trindade, sem entrar na discussão de suas premissas.
Se os pastores adventistas têm tanta convicção da verdade, por que não
dizem abertamente ao povo que Jesus não é Filho de Deus?
Os pastores adventistas deveriam ensinar ao povo aquilo que professor
Pedro Apolinário ensinava no curso teológico e que está contido em seu livro,
"Explicações de textos difíceis da Bíblia".
Neste livro, o professor Apolinário não tem medo de usar todas as
letras e afirmar que Jesus Cristo nunca foi Filho natural de Deus:
"Vários vocábulos bíblicos, que identificam a
Jesus nos seus diversos aspectos como um Ser divino e em Sua relação para com
o homem, têm sido usados por pessoas não orientadas pelo Espírito Santo, como
prova de que Ele é dependente de Deus, subordinado a Ele, como se fosse
possível separar estes dois seres distintos e tendo objetivos diferentes.
(...) Quando a Bíblia O chama 'o Unigênito Filho de Deus', vêem nestas
palavras defesa para a sua idéia de que Cristo é o único gerado para ser seu
Filho. A palavra Filho, estudada nesta pesquisa, é também uma das muitas
que são mal interpretadas. Se Jesus era Filho de Deus, então não há dúvida
que Ele é inferior ao Pai, Ele procede do Pai, portanto não é igual a
Deus." APOLINÁRIO,
Pedro. Explicações de textos difíceis da Bíblia. São Paulo: Editora
Universitária Adventista, IAE, Seminário Adventista Latino Americano de
Teologia, 1990. págs. 299-300.
Contudo, o ilustre mestre Pedro Apolinário comete um equívoco ao
concluir que a expressão "Filho de Deus" quando aplicada a pessoa
de Jesus, tem o mesmo sentido literário que ela possui quando é aplicada ao
rei Davi, ao povo de Israel, a toda criação de Deus e aos que por herdarem a
vida eterna em Jesus, são chamados filhos adotivos de Deus.
O ilustre mestre também se engana quanto imagina que pelo fato de ser
filho, Cristo seja menor que o Pai em substância, em essência e
O professor Pedro, considera que, "o aramaico bar (filho) é muito
freqüentemente usado em um sentido figurado."
Também o admirado pastor Horne Silva, pastor e professor de teologia
jubilado, vê na expressão " Filho de Deus ", apenas uma referência
a divindade de Cristo e não sua filiação natural em relação a Deus, o Pai.
"Logicamente que os 'filhos de Deus' são seres espirituais. Anjos
e demônios. São chamados filhos de Deus porque são propriedades de Deus,
foram criados por Ele, a serviço dele. E nunca filhos naturais de Deus. Um
estudo criterioso do Velho Testamento mostra que a expressão "filhos de
Deus", num sentido muito amplo, designa seres criados, podendo ser
anjos, povo escolhido, os israelitas e pode ser até mesmo o rei de Israel. Os
judeus não entendiam, de modo algum, a expressão " filho de Deus ",
em sentido metafísico." SILVA, Horne P. O homem que é Deus - estudo da pessoa e natureza de
Jesus, Filho de Deus e Filho do Homem. S. Paulo: 1999. p. 67
Os dois renomados pastores e professores de teologia concordam que a
expressão "Filho de Deus", quando aplicada à pessoa de Cristo, não
quer estabelecer uma condição de filiação natural em relação a Deus, o Pai e
sim, apenas afirmar sua divindade.
O argumento que os dois professores apresentam para sustentar suas
afirmações, é encontrado nos escritos de teólogos católicos cuja intenção
primeira foi dar sustentação lógica para a Doutrina da Trindade.
Para os católicos, a expressão " Filho de Deus ", é apenas um
dos vários títulos aplicados a Cristo a exemplo dos títulos " filho do
homem " e "filho de Daví".
" Porém, o título Filho de Deus nos leva a uma consideração
vétero-testamentária, que talvez possa elucidar esta "lacuna" teológico-literária.
O termo "Filho de Deus" era habitualmente empregado com o
significado de relacionamento com Deus. Equivalia a ser eleito para
determinada missão. Desta feita, chama de filho de Deus o povo de Israel (Ex
4, 22; Os 11, 1), o rei (2Sam 7, 14; Sal 2, 7), certos mensageiros de Deus
como os anjos (Jó 1, 6; Sal 28, 1; Dan 3, 92). FRAINER, Frei
Clovis, A história de Deus em nossa história. Caxias do Sul. SC: Coleção
Chronos, Universidade de Caxias do Sul, Escola Superior de Teologia, 1976.
Os teólogos adventistas foram buscar conhecimento em fontes católicas
romanas e o que trouxeram para a IASD foram apenas heresias.
Assim como a expressão "filho do homem" estabelece a
realidade de que Cristo é genuinamente humano, carne da nossa carne, ossos
dos nossos ossos e que a expressão "filho de Davi" nos leva a
entender que Cristo é descendente carnal de Daví e por isto literalmente
parente de Davi, a expressão " Filho de Deus ", quer dizer
exatamente isto: Cristo é filho natural de Deus, o Pai.
Na língua portuguesa temos uma única palavra para estabelecer o
conceito daquele que é gerado por outro. A palavra "filho", tem um
sentido preciso quanto é aplicada à aquele nascido de uma outra vida. Neste
caso a palavra "filho", carrega a idéia de geração. O filho é o
gerado e o pai é o gerador, o progenitor.
A palavra filho quando é tirada deste conceito original assume
também uma função metafórica, literária. No entanto, podemos perceber no
contexto daquilo que é referenciado se o uso que é feito da palavra
"filho", é uso literal ou metafórico.
Temos então as expressões: filho do vento, filho do mal, filho das
trevas, filhos da noite, filhos do dia, filhos do amor etc..., mas quando
isto ocorre, sabemos perfeitamente que se está dando um uso literário a
palavra "filho". A ira, o vento, a noite, as trevas não geraram
filho algum.
Não encontramos indicadores nem na Bíblia e nem no Espírito de Profecia
para considerarmos que a expressão " Filho de Deus ", quando
aplicada à pessoa de Jesus, esteja dentro desta noção literária e metafórica.
Resta então dizer qual a relação entre a IASD e os Testemunhas de
Jeová.
Os testemunhas de Jeová negam a filiação natural de Cristo em relação a
Deus,o Pai, para negar sua deidade e, os trinitaristas, negam a filiação
natural de Jesus em relação a Deus, o Pai, para tirar do Pai a soberania
sobre o Universo e dá-la a um Deus sem rosto chamado Trindade.
O que os Testemunhas de Jeová fazem com o Filho, os trinitarianistas
fazem com o Pai.
Os Testemunhas de Jeová estão no mesmo barco com os trinitarianos: os
primeiros negam o Filho o os segundos, negam o Pai.
Estão juntos em um barco que os levará a lugar nenhum.
"Qualquer que confessar que Jesus é o
Filho de Deus, Deus está nele, e ele em Deus." I S. JOÃO 4:15
"Quem é que vence o mundo, senão
aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus." I S. JOÃO 5:5. — Elpídio da Cruz
Silva, adventista há mais de 20 anos.
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