RETRATAÇÃO DE CHARLES DARWIN
Darwin chegou mesmo a escrever sobre a religião como uma estratégia tribal de sobrevivência, embora ele ainda acreditasse que Deus fosse o legislador supremo. Sua crença continuou diminuindo com o passar do tempo e, com a morte de sua filha Annie em 1851, Darwin finalmente perdeu toda a sua fé no cristianismo
Retratação
Aconteceu numa gloriosa tarde de outono, que nós
desfrutamos algumas vezes na Inglaterra, quando fui convidada a entrar e me
sentar com o bem conhecido professor Charles Darwin. Ele estava acamado, tendo
assim ficado meses até à morte. Erguendo-se da cama com o apoio de almofadas, a
sua face parecia inundada de prazer quando entrei no quarto.
Ele levantou a mão para a janela a fim de
assinalar o belo pôr do sol que se esboçava no horizonte, enquanto que com a
outra mão segurava uma Bíblia aberta, que estava sempre a estudar.
“O que é que está a ler agora?”, perguntei.
“Hebreus!”, respondeu. “Ainda estou a ler Hebreus, o Livro Real, como o costumo
chamar”.Depois, apontando o dedo para certas passagens, comentou-as. Aludi,
então, a algumas opiniões de peso expressas por muitos sobre a história da
Criação, e depois aos seus comentários aos primeiros capítulos do Livro de
Gênesis. Ele pareceu desolado, os seus dedos contraíram-se nervosamente, e sua
face irradiou um sentimento de agonia, quando disse:”Eu era jovem e com idéias
disformes. Levantei interrogações, fiz sugestões, assombrando-me sempre com
tudo; e para meu espanto essas ideias espalharam-se, como o fogo tocado pelo
vento. As pessoas fizeram delas uma religião”.
– Fez a seguir uma pausa, e depois de mais
algumas frases sobre a Santidade de Deus, e sobre a grandeza deste Livro,
olhando para a Bíblia que, com ternura segurava durante todo aquele tempo,
disse:”No jardim tenho uma casa de verão onde cabem cerca de 30 pessoas; é ali
(apontou na direcção da janela). Quero que fale ali
muito. Eu sei que você lê a Bíblia às pessoas nas
aldeias. Gostaria que amanhã à tarde alguns servidores do lugar, alguns
locatários, e alguns vizinhos, se reunissem ali. Falar-lhes-ia?”
“Sobre que é que lhes falaria?”, perguntei.
“Cristo Jesus” – replicou ele logo, numa voz
clara e enigmática, acrescentando num tom mais baixo – “e a Sua salvação. Não é
o melhor tema? E depois quero que cante alguns hinos com eles. Você traz
consigo o seu pequeno instrumento, não traz ?”
A radiância que a sua face emanou quando disse
isto, jamais me esquecerei; pois ele acrescentou: “Se a reunião principiar às 3
da tarde, esta janela estará aberta, e saberá que me unirei a vós nos cânticos”
Seria lindo, não é? Papai Darwin se tornando uma
Ovelhinha do Senhor após ler Hebreus, certo? Errado! Toda a família de Darwin
negou a história e fez campanha contra a mesma.
Francis, filho de Darwin, escreveu em uma carta
em 28 de maio de 1918: “O relato de Lady Hope sobre as idéias de meu pai à
respeito de religião são totalmente falsas. Eu tenho acusado-a publicamente de
falsidade, mas não vi nenhuma resposta. O ponto de vista agnóstico de meu pai é
citado em meu “Vida e cartas de Charles Darwin”, Vol. I, pags. 304–317. Você
tem a liberdade para publicar uma declaração sobre. isso. De fato, eu ficarei
satisfeito se você assim o fizer.”
Após a história ter sido revivida em 1922, a filha de Darwin,
Henrietta Litchfield, declarou em The Christian em 23 de fevereiro de 1922, um
artigo com o título “Leito de morte de Charles Darwin: História de conversão
negada”, por Sra R.B. Litchfield – Eu estava presente em seu leito de morte,
Lady Hope não estava presente durante a sua última doença ou qualquer doença.
Acredito que ele nunca nem mesmo a viu, mas de qualquer forma, ela não teve
influência sobre ele em qualquer departamento de pensamento ou crença. Ele
nunca desmentiu quaisquer de suas opiniões científicas, nem naquele momento e
nem antes. Nós achamos que a estória de sua conversão foi fabricada no EUA (…)
A história como um todo não tem fundamento de modo algum.
Por último, mesmo que Darwin tivesse abandonado os seus
estudos em seu leito de morte, isto não teria qualquer relevância pois desde a
publicação de sua teoria em 1858 até os dias atuais, a ciência vem acumulando
toneladas de evidências à favor da evolução.
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